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PASSEATA PEDE FIM DE MORTES DE CRIANÇAS E INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO

Por: Reinaldo Cunha*

“Caveirão não,
eu quero meu dinheiro
na saúde e educação”

“(...) Não, não, não, não ao Caveirão, eu quero meu dinheiro na saúde e educação”. Assim seguiam palavras de ordem cantadas pelas crianças do Complexo da Maré (que reúne 17 comunidades), acompanhadas de mais de 1.000 moradores em passeata realizada no dia 12 de outubro, em comemoração ao Dia das Crianças. A passeata percorreu a comunidade Nova Holanda e chegou à via mais importante do Rio, a Avenida Brasil, no trecho de Bonsucesso.

O motivo da mobilização – com a presença de várias ONGs, movimentos sociais e populares, deputados, sindicalistas, jornalistas - foi contra as mortes de cinco crianças inocentes, alvos de balas perdidas em cruéis confrontos entre a polícia e o narcotráfico. A morte das crianças Renan da Costa Ribeiro, Moises Alves Tinim, Paulo Vinicius de Oliveira Chaves, Guilherme Custódio Morais e Lohan de Souza Santos marcaram uma nova etapa de lutas da sociedade civil, que geralmente se sente acuada e impotente diante da violência institucional.

A passeata prosseguiu de forma ordeira, sem provocar incidentes. Mas por que chegamos ao quadro atual? Ao meu ver, o governo estadual tem deixado a sociedade organizada à margem das decisões, colocando uma “tropa de choque” para combater os pobres. O Caveirão, carro blindado da Polícia Militar usado para combater bandidos em morros e favelas do estado, é produto do resultado da falência institucional e da corrupção impregnada no poder público.

Os políticos, ao praticarem toda sorte de clientelismo para se eleger, degeneram a concepção de administração pública, usando de meios ilícitos para obter vantagens em troca de votos. Nesta eleição alegórica, quem é que não percebeu o número de cabos eleitorais pagos com o dinheiro que nem Deus sabe como para compra de votos? E não são essas pessoas que estão indo para o Legislativo, para reformar, alterar e fazer novas leis?

O novo Código Penal disciplinou matéria relativa ao usuário de drogas: agora não há mais necessidade de o usuário ir preso por fumar um “baseado”. Mudam tudo. Mas por que será que não se muda a tática agressiva, de troca de tiros constantes entre bandidos e mocinhos no combate às drogas?

Penso que a resposta está na corrupção. E como reagir diante desta rotina que fazem centenas de vítimas: policiais, bandidos, populares e pessoas comuns? Creio que é não se omitir, mobilizando-se, chamando a atenção da sociedade e do poder público, propondo leis sérias e não inócuas. E parando de vez com a demagogia e com o assistencialismo político.

Se a juventude está morta, a sociedade está doente, os hospitais e as cadeias estão superlotados de indigentes, e não há espaço, acomodação neste hotel do crime. Então o que fazer com este excedente de mão de obra desqualificada, gerada pelo modelo neoliberal? Matar seria a solução? Exterminar os mora dores de rua, desocupados, na grande maioria de pobres e pretos?

Como estamos longe de resolver esse impasse devido à falta de seriedade dos “politiqueiros”, resta agora conclamar a sociedade organizada a ir à luta e propor mudanças. Só a sociedade organizada é capaz de pôr um freio nestas irregularidades e forçar mudanças. Juntos poderemos mudar o Brasil. Basta querer!


*Reinaldo Cunha
Presidente da AULA
Associação Universitária Latino Americana

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