DESPERTAR O INDIO DENTRO DE NÓS

É RESSIGNIFICAR NOSSAS VIDAS

“No Brasil todo mundo é Índio até que diga que não é.” Assim Bessa Freire em analogia ao antropólogo Viveiro de Castro, questiona em “Carta Aberta”, o General Antônio Ailton Mourão, candidato a Vice-presidente na Chapa do Jair Bolsonaro, que é Candidato do Partido de Aluguel, PSL (Partido Social Liberal), cujas as propostas “é o extermínio dos povos da florestas, ai incluindo: a fauna, flora, comunidades ribeirinhas, quilombolas, e toda rica diversidade agroecológica do Brasil. Mas por que tanto ódio ao povo brasileiro por esses signatários? Sim, por que em nome da falta segurança, saúde, e educação, o candidato vomita nas redes sócias, que se eleito: “todos os brasileiros vão ter arma para se defender do “índio indolente e o negro malandro”.  Como se não bastasse o extermínio de negros e índios que são assassinados todos os dias, jogados em celas aos milhares, em condições subumanas.

Por outro lado, vimos parlamentares que representa a sociedade brasileira, no parlamento como “gigolôs do erário público”, cujo grande beneficiários dessa “cafetinagem”, é a perpetuação de seus familiares à custa do “aparelho de estado”.

O senhor acaba de se identificar oficialmente como “indígena” ao registrar candidatura no Tribunal Superior Eleitoral. Isso foi logo após a repercussão negativa de sua fala a empresários da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul, quando afirmou que o Brasil é subdesenvolvido, porque “herdou a cultura de privilégios dos ibéricos, a indolência dos índios e a malandragem dos africanos”,  o que desagradou seus próprios eleitores que não gostaram de se ver assim retratados. Parece que a mão esquerda tentou consertar, então, o que fez a mão direita, mas disso decorrem problemas de raciocínio. Por isso, desejando elucidar a lógica de sua estreia espalhafatosa no cenário político nacional, me inspiro no saudoso Waldick Soriano e lhe “ escrevo essa carta, mas não repare os senões”. 

–  Eu sou indígena. Meu pai é amazonense  – essa foi sua justificativa.

Veja link https://bit.ly/2MmQecd

É aquela famosa frase popular: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, ou seja: é o famoso receituário de bolo para os idiotas. “Se eleito vamos exterminar os índios e quilombolas dando arma aos fazendeiros, madeireiros”. O engraçado é que tudo vai acontecer em um toque de mágica, em uma nuvem de incenso, de marketing eleitoral. Mas voltando ao debate em referência a crônica “TAQUIPRATI”, do professor José Ribamar, em analogia ao General Mourão em carta publica, quando questiona: “De que Etnia? De que Aldeia? Situa-se no contexto Urbano? É autodeclarado indígena e/ou quilombola? A pergunta a meu ver é extensiva a todos brasileiros, que devem neste momento se perguntar: sou indígena? sou quilombola? branco europeu? o que sou?

Eu já descobri que não sou branco, que vivo no contexto urbano, junto aos trabalhadores da cidade. E que devemos nos unir aos camponeses, povos florestas em uma agenda comum. Mas quais os nossos ideais e propostas constitucionais? Bom: “A defesa do nosso ecossistema e biomas naturais”, em contraposição ao político corrupto, que se veste de liberal e democrata pelo discurso da aparência. Devemos dizer não ao veneno em nossas mesas e dos remédios das indústrias farmacêuticas; Valorizar os nossos valores ancestrais; Romper com os estereótipos do “branco das novelas brasileiras” que o nosso povo tanto se identifica. Podemos afirmar que o momento histórico que estamos atravessando, vem em fortalecimento dos negros e indígenas. E a palavra de ordem é a “ressurgência”; Da busca da nossa identidade ameríndia, deste imenso continente Latino Americano. Apesar de todas as adversidades e tipos linguísticos desprezados pelo homem branco; Trabalhar com a Terapia da Terra, para nos curar? Distribuir melhor a renda nacional, assentando o homem no campo.

Sem pessimismo e desesperança que estamos atravessando principalmente para aqueles que se propõe nos representar-nos do “poder legislativo”, É importante neste momento ter um pouco de otimismo, e darmos força a pessoas que se propõe mudar a engrenagem viciada da máquina púbica que está a serviço do agronegócio e das empreiteiras. A Lava Jato nos mostrou como os “tais eleitos”, usurparam a máquina pública, e agora maquiam com volumosos recursos públicos para as candidaturas de seus filhos, tudo na maior transparência.   Já que o pai é ficha suja, vamos eleger nossos filhos e perpetuar-se no poder, não é isso que estamos vendo. E como vamos mudar essa correlação de forças? A meu ver ninguém deve ser obrigado a votar nem ser filiado a partido político. Não deve haver dinheiro público para financiar políticos, não vamos nos iludir. No Brasil a democracia é da aparência, do diz que faz e arrebenta... só palavras fúteis. Na verdade não existe democracia interna nos partidos políticos, nem paridade de armas, para que tenhamos no parlamento pessoas do povo, com nossa cara indígena e quilombola.

Até ontem, as mulheres na política eram usadas para atingir a obrigatoriedade de preencher os requisitos eleitorais, só para constar como candidatas. Embora, timidamente nas eleições de dois mil e dezoito, tenhamos candidatas a presidenta e a vice-presidente, além de centenas no campo proporcional. Avançando no discurso, quando vejo uma extensa lista de candidatos populares apresentadas por você, pessoa de grande prestigio na academia. Ficamos envaidecidos, porém, não vamos nos iludir com essa máquina poderosa que está na mão dos destruidores da terra. Eles são bem preparados e contam com o beneplácito do poder judiciário, para legitimar suas candidaturas, mesmo sendo fichas suja. Ai vou fazer um apelo aos nossos orixás, deuses e ancestralidade, para iluminar as pessoas de coração valente, destemido e com vontade de acertar e alcançarem seus objetivos, “cujas vozes não são ouvidas”, e que as portas do parlamento se abram em nome do planeta, que agoniza todos os dias, Axé.

LINK -> https://racismoambiental.net.br/2018/08/19/carta-aberta-ao-general-mourao-o-indio-do-amazonas-por-jose-ribamar-bessa-freire/#.W3oFm6-RD-k.facebook

Texto: Reinaldo de Jesus Cunha - Presidente da Associação Universitária Latino Americana (AULA).
Jornalista: 0036785/RJ - Conselheiro do CEDIND Conselho Estadual dos Direitos Indígenas

 

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